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Na despedida a Francisco, a reunião poderosa e simbólica de Trump e Zelensky

Presidentes de EUA e Ucrânia aproveitam a atmosfera intimista da Basílica de São Pedro para discutir os termos de acordo de paz, em contraste com o conturbad...

Na despedida a Francisco, a reunião poderosa e simbólica de Trump e Zelensky
Na despedida a Francisco, a reunião poderosa e simbólica de Trump e Zelensky (Foto: Reprodução)

Presidentes de EUA e Ucrânia aproveitam a atmosfera intimista da Basílica de São Pedro para discutir os termos de acordo de paz, em contraste com o conturbado encontro de dois meses atrás. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano. SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP A poderosa imagem da reunião improvisada entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, no interior da Basílica de São Pedro, pouco antes do funeral do Papa Francisco, reforçou também o simbolismo de seu legado. Há menos de uma semana, em sua última aparição pública na missa de Páscoa, o combalido pontífice ressaltou, como vinha insistindo há três anos, a necessidade de esforços em “direção a uma paz justa e duradoura” na Ucrânia. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O primeiro encontro de Trump e Zelensky, dois meses após a desastrada recepção ao ucraniano em Washington, durou 15 minutos e foi descrito como muito produtivo pelos dois governos. Em fevereiro, o líder ucraniano foi maltratado, acusado pelo americano de estar perto de provocar a Terceira Guerra Mundial e praticamente enxotado da Casa Branca. Neste sábado (26), o novo encontro refletia uma atmosfera amistosa e intimista, com ambos os líderes sentados, frente a frente, em cadeiras vermelhas dispostas na imponente basílica. Proporcionada pela despedida a Francisco, a reunião se dá, contudo, num momento tenso das negociações, já que Trump vem forçando a barra para que a Ucrânia aceite um acordo de paz com a Rússia claramente desigual para o país invadido. A proposta americana para alcançar a paz prevê, entre outros pontos, o controle pela Rússia de quase 20% do território ucraniano, que foram conquistados após a invasão do país e o reconhecimento da Crimeia como russa pelos EUA. Em troca, Putin se comprometeria a cessar a anexação de áreas ucranianas. Por motivos óbvios — a falta de confiança em Putin, por exemplo — Zelensky vem resistindo a este modelo, mas demonstrou otimismo após o encontro no Vaticano. Segundo ele, ambos abordaram o cessar-fogo total e incondicional. "Uma paz confiável e duradoura que impedirá a eclosão de outra guerra. Um encontro muito simbólico e tem potencial para se tornar histórico, se alcançarmos resultados conjuntos", descreveu pelas redes sociais. O funeral de Francisco congregou dezenas de líderes mundiais em Roma, alguns com posições antagônicas com o papa. Trump se destaca como o principal, sobretudo pelo combate aos imigrantes, na rota inversa da do pontificado de Francisco. Assim, foi inevitável a associação ao presidente americano, quando o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais, destacou na homilia as frequentes incursões de Francisco junto aos imigrantes e o seu apelo repetido para a construção de pontes e não de muros. O recado foi mais do que implícito. Trump e Zelensky se reúnem durante velório do papa Francisco